Simone Miletic e a filha Carol em exposição sobre o livro 'O Pequeno Príncipe' (Foto: Arquivo pessoal) |
Matéria publicada originalmente no G1. Autora: Ana Carolina Moreno.
Ao acordar nesta quarta-feira (12/10), Carol Miletic, de 8 anos, vai
ganhar, além de uma boneca, um livro de presente no Dia das Crianças. A
obra, que pertence à série Monster High, estrelada por monstros
adolescentes, vai se somar aos cerca de 50 itens da biblioteca da
garota, segundo as contas de sua mãe, a contadora Simone Miletic, de 35
anos.
Por incentivo dos pais, leitores inveterados, e da escola, Carol lê no
mínimo um livro por semana - média bem superior à das crianças
brasileiras entre 5 e 10 anos, que leem 6,9 livros por ano (a grande
maioria deles por indicação escolar).
O número, relativo a uma pesquisa nacional do Instituto Pró-Livro
publicada em 2008, é pequeno em comparação a outros países, como o
Japão. O Ministério da Educação, Ciências e Tecnologia japonês afirmou
que as crianças retiraram em média 35,9 livros das bibliotecas públicas
em 2007. Esses dados são colhidos a cada três anos desde 1954.
No Brasil, a faixa etária que mais lê é a das crianças de 11 a 13 anos, segundo a pesquisa. São 8,5 livros por ano, sendo que apenas 1,4 deles foram lidos fora da
escola. A partir dessa idade, a freqüência de leitura cai: a média da
população brasileira acima de cinco anos é de 4,7 livros lidos por ano.
Segundo Christine Castilho Fontelles, diretora de Educação e Cultura do
Instituto Ecofuturo, não é possível obrigar ninguém a ter o gosto pela
leitura, mas é muito difícil que alguém sem incentivo na infância venha a
se interessar pelos livros no futuro.
"O que a gente pode fazer é semear. Nós não nascemos leitores, nos
tornamos leitores por convívio e contato. É permanente mesmo, começa na
gestação e se estende por toda a vida”, diz ela.
No estudo do Instituto Pró-Livro, a mãe é citada pela maioria dos
leitores como principal inspiração para cultivar o hábito. Os números
também mostram como a família pode incentivar - ou frear - a leitura.
Entre as pessoas que se declararam não leitoras (não leram um livro nos
três meses anteriores à pesquisa), 85% afirmou que nunca ganhou um livro
de presente.
Já entre os leitores, a porcentagem de pessoas que foram presenteadas com um livro sobe para 52%.
O exemplo dos pais também conta: 60% dos leitores se acostumaram a ver
os pais lendo durante sua infância, enquanto 63% dos não leitores nunca
ou quase nunca viu esse costume dentro de casa.
Saiba mais pelo link do G1 e curta a matéria na íntegra.
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