Pular para o conteúdo principal

Diablo III: a Ordem. Resenha do livro que antecede o game.

Por: Franz Lima.

Diablo, o game, é um clássico indiscutível. Jogabilidade simples, personagens que também não possuem uma complexidade Shakesperiana, mas não há como negar que o jogo é atrativo. Evoluir com seus personagens através de um cenário de caos, morte e mal, combater a essência do que é ruim, faz com que o jogador não queira se distanciar da tela. Junte a isso armaduras raras, encontradas peça por peça, um cubo capaz de recriar objetos e um velho sábio que lhe presta auxílio e pronto: você terá uma breve noção do que é ser um guerreiro do bem que busca, mesmo ao custo da própria vida, destruir a trindade formada por Diablo, Belial e Mephisto.


Entretanto, não é sobre a trilogia em games que falarei. Hoje, o assunto é o recente lançamento Diablo III: a Ordem. Publicado pela Galera, um selo da Editora Record, o livro foi escrito por Nate Kenyon (um dos finalistas do prêmio Bram Stoker de histórias de terror). Basicamente, a narrativa aborda a infância e os fatos que levaram Deckard Cain, o já citado velho sábio, a se tornar um dos personagens mais importantes da trama. 
O que vemos no decorrer da obra é a evolução de um menino descrente em um verdadeiro Horadrim (um dos últimos integrantes da Ordem Horádrica). Contudo, novamente valendo-se da já conhecida Jornada do Herói, Deckard não acredita em seu potencial. Suas dúvidas são armas que o inimigo usa para tentar tirá-lo a todo custo de uma batalha na qual ele e seus amigos são peças fundamentais. 

Deckard Cain
A EVOLUÇÃO DA TRAMA:

Deckard é uma mistura equilibrada entre um mago e um sábio. Não esperem encontrar um necromante, guerreiro ou algo parecido. Cain é apenas um estudioso que demorou a aceitar seu papel no palco de guerra. Por meio de suas manias e a desconfiança dos ensinamentos que seu pai lhe deixou, ele ainda não está preparado totalmente para enfrentar os representantes das trevas, entre eles o Sombrio, um homem que tem seu corpo usado como invólucro para um demônio (o maligno Belial, o Senhor das Mentiras) que ganha forças às custas de muitas, muitas mortes. 
Deckard e o Sombrio estão fadados ao duelo, cada um motivado por uma busca diferente, porém ambas com um ponto em comum: a jovem Leah, uma menina que tem poderes incalculáveis. Leah é a peça que traz de volta um pouco da humanidade do homem que dedicou sua vida aos estudos, largando para segundo plano muitas coisas que amava. 

Leah

INTERLÚDIO PARA DIABLO III:

Resumidamente, o livro é um interlúdio, um intervalo para o game. O que não implica em dizer que se torna enfadonho. Há ação, violência, mortes, atos heróicos e uma tensão típicos do game, porém com uma infinidade de detalhes que ampliam o universo da trilogia. 
Aliás, para os fãs dos jogos, esse é um complementos aguardado, principalmente por clarear duvidas. Descobrimos mais sobre Cain, Leah e um misterioso monge, Mikulov. Mas é válido frisar que a trama trata sobre o passado e futuro de Deckard Cain, dando uma maior amplitude ao sábio que teve pouco revelado sobre si na série de games.


AMBIENTAÇÃO

O livro passa por vários pontos já vistos nos jogos e cita também outros bem conhecidos. Desde Kurast até Tristam. As localidades estão muito bem descritas e reforçam a narrativa e as cenas. Mesmo para quem não conhece absolutamente nada de Diablo, é possível situar-se e imaginar cada lugar e viver as emoções junto com os personagens. 

NATE KENYON:

O escritor mostrou que sabe realmente adaptar algo relativamente vago para uma realidade literária mais consistente. Deckard, Leah, Mikulov e todos os demais personagens são verossímeis, guardadas as devidas proporções quando o assunto é literatura fantástica. Há fluidez na escrita e não percebi lacunas dentro da trama. Por se tratar do primeiro livro que li dele, não posso afirmar que temos já um grande autor, porém é certo que talento não falta.
Quanto ao terror existente no livro, ele beira mais o suspense que o já usual medo provocado pelo escatológico. Passagens pesadas e violentas são comuns na trama, mas nada próximo de algo gratuito, feito apenas para chocar. 

CONCLUSÃO:

Mais do que um livro para complementar um game - Diablo III: a Ordem - é uma ampliação real da mitologia criada pelos idealizadores da Blizzard. Fico na esperança de que surjam novos livros baseados neste rico universo, desde que mantenham a mesma qualidade ou superior.

DADOS TÉCNICOS:

I.S.B.N.: 9788501401243
Cód. Barras: 9788501401243
Reduzido: 4259998
Altura: 23 cm.
Largura: 16 cm.
Edição : 1ª/2012
Idioma : Português
Número de Paginas : 350

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Bethany Townsend, ex-modelo, expõe bolsa de colostomia de forma corajosa.

Bethany Townsend é uma ex-modelo inglesa que deseja, através de sua atitude, incentivar outras pessoas que sofrem do mesmo problema a não ter receio de se expor. Portadora de um problema que a atinge desde os três anos, Bethany faz uso das bolsas de colostomia  que são uma espécie de receptáculo externo conectado ao aparelho digestivo para recolher os dejetos corporais, e desejou mostrar publicamente sua condição.  Quero que outras pessoas não tenham vergonha de sua condição e é para isso que me expus , afirmou a ex-modelo. Bethany usa as bolsas desde 2010 e não há previsão para a remoção das mesmas.  Eu, pessoalmente, concordo com a atitude e respeito-a pela coragem e o exemplo que está dando. Não há outra opção para ela e isso irá forçá-la a viver escondida? Jamais... Veja o vídeo com o depoimento dela. Via BBC

Suzane Richthofen e a justiça cega

Por: Franz Lima .  Suzane von Richthofen é uma bactéria resistente e fatal. Suas ações foram assunto por meses, geraram documentários e programas de TV. A bela face mostrou ao mundo que o mal tem disfarces capazes de enganar e seduzir. Aos que possuem memória curta, basta dizer que ela arquitetou a morte dos pais, simulou pesar no velório, sempre com a intenção de herdar a fortuna dos pais, vítimas mortas durante o sono. Mas investigações provaram que ela, o namorado e o irmão deste foram os executores do casal indefeso. Condenados, eles foram postos na prisão. Fim? Não. No Brasil, não. Suzane recebeu a pena de reclusão em regime fechado. Mas, invariavelmente, a justiça tende a beneficiar o "bom comportamento" e outros itens atenuantes, levando a ré ao "merecido" regime semi-aberto. A verdade é que ela ficaria solta, livre para agir e viver. Uma pessoa que privou os próprios pais do direito à vida, uma assassina fria e cruel, estará convivendo conosco, c

Pioneiros e heróis do espaço: mortos em um balão

* Há exatamente 100 anos subir 7400 metros, num balão, era um feito memorável. Consagrados por isto, três franceses - Sivel, Crocé-Spinelli e Tassandier - resolveram tentar uma aventura ainda mais perigosa: ultrapassar os 8 mil metros de altitude. Uma temeridade, numa época em que não existiam os balões ou as máscaras de oxigênio e este elemento precioso era levado para o alto em bexigas de boi com bicos improvisados. Uma temeridade tão grande que dois dos pioneiros morreram. Com eles, desapareceu boa parte das técnicas de ascensão da época que só os dois conheciam. Texto de Jean Dalba Sivel No dia 20 de abril de 1875, mais ou menos 20 mil pessoas acompanhavam à sua última morada, no cemitério de Père-Lachaise, os despojos de Teodoro Sivel e de Eustáquio Crocé-Spinelli - os nomes, na época da produção do artigo, eram escritos em português para facilitar a leitura e "valorizar" nossa própria cultura. A grafia correta dos nomes é Théodore Sivel e Joseph Eustache Cr