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Antes de Watchmen: Rorschach. Resenha da Graphic Novel.


            Quando eu assisti Watchmen consegui escolher meus personagens preferidos sem muita dificuldade. Por ser uma obra que reinventa o conceito tradicional de super heróis os melhores personagens são justamente os heróis mais “reinventados” ou “desconstruídos”. Quando eu soube que fariam várias minisséries focadas nos personagens de Watchmen imediatamente se formou um top 4 na minha cabeça, com as minis que eu mais fiquei com vontade de ler, e hoje eu vou falar sobre a numero 2 da minha lista dos mais aguardados. Chegou a vez de Antes de Watchmen – Rorschach  uma história com o meu personagem preferido da obra prima de Alan Moore.
            Esta minissérie dividida em 4 partes foi escrita por Brian Azarello, também conhecido como o premiado roteirista de 100 Balas, com uma temática muito similar e um nível de violência bem alto. Os desenhos foram feitos por Lee Bremejo. Assim como os outros dois números de Antes de Watchmen, este encadernado em capa cartonada e com um papel especial  também foi publicado com duas capas diferentes e com o preço de R$12,90.
            O primeiro fato que me chamou atenção nessa história é que ela não tem a mesma pegada de história de origem que as minis do Coruja e da Espectral. Se você, caro leitor, não assistiu/leu Watchmen, provavelmente deve estar pensando que isso foge da proposta original do Antes de Watchmen. Se você assistiu/leu devo lembra-lo que os dois personagens mais bem explorados são justamente o Dr. Manhattan e Rorschach  por isso não teria sentido repetir tudo que está tão bem contado no original.
            A narrativa é outro ponto forte. Somos conduzidos o tempo todo através das páginas do diário de Rorschach em 1977. O alvo do nosso protagonista é um serial killer que ataca mulheres e escreve nos seus corpos sem vida. Mas isso acaba ficando de lado quando Rorschach  se mete com o chefe de uma rede de trafico de drogas e prostituição. A história é bem simples, mas é sempre muito bom ver Rorschach em ação. Tanto com quanto sem a mascara. Sua relação com as outras pessoas e sua vida nem um pouco fácil. Tudo isso intercalado com alguns flashbacks da infância dele e sempre com a narração feita com trechos do diário.
            Outra coisa que é muito bem trabalhada é a relação, ou talvez seria melhor chamar de dependência, que Rorschach tem com sua máscara. Mas isso é apresentado de forma sutil. Provando que acima de tudo, o brilho dessa história  está nos detalhes e na forma como ela é contada.
            A arte é indiscutivelmente boa. O traço realista combina perfeitamente com o estilo da história e favorece, principalmente, a violência que é uma das marcas registradas do personagem .
            Por fim posso dizer que até agora essa foi a melhor das edições de Antes de Watchmen. Mais objetiva, mais violenta e sem aquela cara de origem. Mas agora já foi, nos resta aguardar as próximas edições.

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