Por: Filipe Gomes Sena.
Quando eu assisti Watchmen consegui
escolher meus personagens preferidos sem muita dificuldade. Por ser uma obra
que reinventa o conceito tradicional de super heróis os melhores personagens
são justamente os heróis mais “reinventados” ou “desconstruídos”. Quando eu
soube que fariam várias minisséries focadas nos personagens de Watchmen
imediatamente se formou um top 4 na minha cabeça, com as minis que eu mais
fiquei com vontade de ler, e hoje eu vou falar sobre a numero 2 da minha lista
dos mais aguardados. Chegou a vez de Antes de Watchmen – Rorschach uma
história com o meu personagem preferido da obra prima de Alan Moore.
Esta minissérie dividida em 4 partes
foi escrita por Brian Azarello, também conhecido como o premiado roteirista de
100 Balas, com uma temática muito similar e um nível de violência bem alto. Os
desenhos foram feitos por Lee Bremejo. Assim como os outros dois números de
Antes de Watchmen, este encadernado em capa cartonada e com um papel
especial também foi publicado com duas
capas diferentes e com o preço de R$12,90.
O primeiro fato que me chamou
atenção nessa história é que ela não tem a mesma pegada de história de origem
que as minis do Coruja e da Espectral. Se você, caro leitor, não assistiu/leu
Watchmen, provavelmente deve estar pensando que isso foge da proposta original
do Antes de Watchmen. Se você assistiu/leu devo lembra-lo que os dois
personagens mais bem explorados são justamente o Dr. Manhattan e Rorschach por
isso não teria sentido repetir tudo que está tão bem contado no original.
A narrativa é outro ponto forte. Somos
conduzidos o tempo todo através das páginas do diário de Rorschach em 1977. O
alvo do nosso protagonista é um serial killer que ataca mulheres e escreve nos
seus corpos sem vida. Mas isso acaba ficando de lado quando Rorschach se mete
com o chefe de uma rede de trafico de drogas e prostituição. A história é bem
simples, mas é sempre muito bom ver Rorschach em ação. Tanto com quanto sem a
mascara. Sua relação com as outras pessoas e sua vida nem um pouco fácil. Tudo
isso intercalado com alguns flashbacks da infância dele e sempre com a narração
feita com trechos do diário.
Outra coisa que é muito bem
trabalhada é a relação, ou talvez seria melhor chamar de dependência, que Rorschach tem com sua máscara. Mas isso é apresentado de forma sutil. Provando
que acima de tudo, o brilho dessa história está nos detalhes e na forma como
ela é contada.
A arte é indiscutivelmente boa. O
traço realista combina perfeitamente com o estilo da história e favorece,
principalmente, a violência que é uma das marcas registradas do personagem .
Por fim posso dizer que até agora
essa foi a melhor das edições de Antes de Watchmen. Mais objetiva, mais
violenta e sem aquela cara de origem. Mas agora já foi, nos resta aguardar as
próximas edições.
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