Por: Filipe Gomes Sena. Curta nossa fanpage: Apogeu do Abismo.
O
ano era 2011. A DC Comics tinha anunciado uma grande reformulação editorial com
o sugestivo nome de Os Novos 52. Além de ouvir algumas dezenas de milhares de
vezes a palavra “reboot”, naquele ano eu ouvi uma coisa que até um tempo desse
me deixava muito curioso: Brian Azzarello estaria à frente do título da Mulher-Maravilha. No ano de 2016 eu finalmente matei minha curiosidade. Foi lançado o
primeiro volume da elogiada fase de Brian como roteirista da Mulher-Maravilha dos Novos 52. Estou falando de Mulher-Maravilha: Sangue.
Os roteiros são assinados por Brian
Azarello, que até um tempo atrás era pra mim só “o cara do 100 Balas”, mas além
dessa maravilhosa série da Vertigo, ele também é conhecido por títulos
como Hellblazer, Loveless, Coringa, Lex Luthor: Homem de Aço, Antes de Watchmen:
Rorschach, Antes de Watchmen: Comediante e mais recentemente por Cavaleiro das
Trevas III: A Raça Superior. Ele permaneceu à frente do periódico da Mulher-Maravilha até a edição 23 e é considerado como um dos poucos autores que fez um
trabalho realmente bom no título da princesa das amazonas.
No decorrer da história a origem da guerreira amazona é contada através de flashbacks, inclusive cabe ressaltar que
aqui a origem é apresentada só para ser desconstruída. Não só uma versão
nova da gênese da personagem é apresentada, mas fica claro que a vida de Diana
na Ilha Paraíso não era essa maravilha toda. Porém não é só ela que é
apresentada nesse primeiro arco, talvez o personagem mais interessante seja o pano
de fundo mitológico criado por Azzarello para ambientar essa história. Deuses, semideuses,
monstros e derivados aparecem a todo instante e o destaque nem vai tanto para a
presença deles, mas sim para o design dos personagens mitológicos.
Os deuses gregos dos Novos 52
merecem ser comentados. Praticamente todos eles têm uma caracterização que mistura
a fisionomia humana com algum traço marcante, seja um elemento estético forte
ou semelhanças com animais. Seja Hera com seu manto feito de penas de pavão,
Apolo com sua pele que mais parece carvão, Hermes com sua semelhança com os
pássaros, Hades com a cabeça coberta por velas, Ares (que é a cara do nosso
amigo Azzarello) com suas roupas cobertas de sangue ou Poseidon como um dos
melhores monstros marinhos que eu já vi na minha vida. Todos têm uma identidade
visual muito marcante e que foge totalmente das representações clássicas dos
deuses gregos.
Por fim gostaria de dizer que o meu
desejo é que os próximos volumes que compõem essa fase não demorem muito para
ser publicados. Sangue acaba não sendo uma leitura tão satisfatória pelo simples
fato de eu não ter ideia de quando poderei ver a continuação dessa história. O
arco termina com um gancho cabuloso e eu fiquei doido pra ler o resto, mas
minha ansiedade esbarra no medo da periodicidade desse título. Sabemos que não
é raro ter títulos praticamente esquecidos no nosso querido mercado brasileiro,
mas continuamos torcendo pelo melhor. Afinal o leitor merece a chance de pôr as
mãos em um material tão maravilhoso.
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